Não sabemos se Bispos Ingleses participaram do Concilio de Nicéia (325), contudo Atanásio nos informa que a Igreja Inglesa se submeteu a todas as decisões daquele Conclave. Enquanto a Igreja crescia de forma extraordinária na Irlanda e Escócia durante a primeira parte do quinto século, a Britânia era invadida e assolada pelos povos Anglos, Saxões e Jutas, que se aproveitaram da retirada dos exércitos romanos. Esta invasão não apenas destruiu vilas e cidades, mas também assolou a antiga organização da Igreja, fazendo com que o Cristianismo fosse praticamente extinto da Britânia por cerca de 150 anos e substituído pelo paganismo teutônico dos conquistadores.
A destruição foi tamanha que o Bispo Stephen Neill chegou a afirmar que "por espaço de mais de um século, Bretanha deixou de fazer parte do Mundo Civilizado". Foi nesse período que a Igreja Celta mais se desenvolveu, protegida pelas montanhas do país de Gales, espalhando o Evangelho e fundando centros missionários e abadias, como a da ilha de Iona, na Escócia. Sabedor das dificuldades por que passava o Cristianismo Britânico, o Papa Gregório Magno enviou o Abade Beneditino Agostinho, na companhia de 40 monges, para cristianizar as bretões. Ali chegando em 597, desembarcou em Kent, e logo iniciou seu trabalho pregando o Evangelho com o apoio do Rei Etelberto, um dos primeiros convertidos. Seu trabalho foi tão bem sucedido que, segundo o Reverendo Oswaldo Kickhofel, "no outono de 597, Agostinho foi sagrado Bispo da Inglaterra e no Natal deste mesmo ano teria convertido e batizado mais de 10 mil pagãos nas redondezas de Cantuária".
Mesmo reconhecido que a fé Cristã foi praticamente "salva" da destruição na Britânia graças ao trabalho dos enviados de Roma, houve por parte dos cristãos autóctones, uma certa resistência à romanização da Igreja na Inglaterra. Os problemas não eram de natureza teológica, mas prática e giravam em torno, por exemplo, da forma correta de calcular a data da Páscoa (Este impasse só foi resolvido no Sínodo de Whitby (663) quando ficou decidido que a Igreja Inglesa se submeteria ao Calendário Litúrgico Romano.
Por Revd. Wanderson Rodrigo
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