sexta-feira, 5 de agosto de 2016
'Babel: entre a incerteza e a esperança'. Zygmunt Bauman e Ezio Mauro
'Babel: entre a incerteza e a esperança'. Zygmunt Bauman e Ezio Mauro: O Instituto Humanitas Unisinos - IHU - um órgão transdisciplinar da Unisinos, que visa apontar novas questões e buscar respostas para os desafios de nossa época. Parte da visão do humanismo social cristão, debatendo a sociedade do futuro.
quinta-feira, 21 de julho de 2016
quarta-feira, 13 de julho de 2016
Igreja Anglicana Tradicional do Brasil
Crise moral e teológica da Igreja Anglicana e o surgimento do Movimento de Renovação do Anglicanismo no Brasil e no Mundo.
Os cismas na Igreja Anglicana começam na diocese anglicana de Recife (anteriormente
chamada de Setentrional) foi oficialmente criada pelo Sínodo em junho de 1975.
Contudo, desde março do mesmo ano que o Bispo Edmund Sherril havia enviado para
Recife o reverendo Paulo Garcia com a finalidade de incrementar o crescimento
da Igreja naquela região. Lá chegando, o reverendo Paulo Garcia “encontrou
apenas dez pessoas ligadas a Igreja; oito ingleses e um casal de brasileiros,
mas em dois anos, surpreendentemente, a paroquia já tinha mais de 200 membros”.
O crescimento da diocese foi incrementado mais com a posse de Dom
Robinson Cavalcanti , para dom Robinson o declínio que marcou a Igreja
Episcopal Anglicana do Brasil nas décadas de 80 e que aumentou atualmente
deve-se aos seguintes fatores:
1) uma profunda carência financeira;
2) uma
consequente carência de reverendos;
3) uma visão soteriológica sacramentalista
que valoriza mais o rito em si do que a operação individual do Espirito Santo;
4) uma soteriologia universalista , onde não há pecado pessoal, mas penas
social e estrutural ( liberais);
5) ausência de renovação litúrgica, confundindo o simplesmente “antigo”, com o “eterno”
e, por fim ;
6) uma visão de “missão” apenas como “presença” e “serviço”,
associando todo tipo de evangelização com proselitismo.
O conjunto destes itens se mostrou fatal para muitas comunidades que
literalmente agonizam, esperando que alguma coisa nova aconteça para mudar sua
perspectiva de futuro. No ano de 2002 teve o primeiro cisma realizado pelo
reverendo Paulo Garcia (hoje arcebispo primaz da Igreja Episcopal Carismática
do Brasil), nesta separação, ele levou com sigo mais de 2000 pessoas e também a
catedral.
No ano de 2005, teve o segundo cisma, desta vez foi o bispo diocesano
dom Robinson (criou outra diocese no Recife e fez várias alianças com outras
Igrejas Anglicanas espalhadas pelo mundo, se tornando mais organizada que a
diocese do Recife que está ligada a IEAB), ele levou com sigo vários reverendos
e as melhores templos.
A Igreja Anglicana Tradicional do Brasil assim como outras Igrejas
Anglicanas no Brasil, conservaram o ethos anglicano e tem uma teologia anglo-
católica. Somos hoje maioria e esse ano o representante do movimentos
conservador nos estados unidos recebeu as bençãos e o apoio do papa Francisco,
pois nossa Igreja é a favor da família. Somos uma igreja missionária e que prega o cristo vivo no meio de nós.
Rev. Wanderson Rodrigo
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Igreja Anglicana no Brasil
"Que a sua caridade comece no lar, mas não fique circunscrita ao mesmo" (Henry Martin).
O anglicanismo chegou ao Brasil servindo-se basicamente de duas vias
distintas: as capelanias e as missões. A primeira via abriu-se quando, em 1810, foi firmado, entre a Inglaterra
e Portugal, um tratado de comércio e navegação, que garantia aos ingleses residentes
ou de passagem pelo Brasil, a Christ Church, se deu em 1819, no Rio de Janeiro. Outras capelanias foram estabelecidas nas cidades de Salvador, Recife,
Belém, São Paulo, Santos, Niterói e São João Del Rey.
A segunda via foi a da missão. O primeiro missionário a falar claramente
sobre a evangelização do Brasil foi Henry Martin, que de passagem por Salvador
em direção ao Oriente (1805) escreveu em seu diário “quando será que este belo
país será libertado da idolatria e do cristianismo espúrio? Cruzes há em
abundancia, mas quando será anunciada a doutrina da cruz?”. Outras tentativas
ocorreram em 1853, com o reverendo William Cooper, e em 1860, com Richard
Holden. Aquela desiste antes de chegar, por causa de um naufrágio, e este fica
no Brasil, até 1864, trabalhando em Belém do Pará e na Bahia.
O estabelecimento definitivo do anglicanismo em terras brasileiras se dá
de fato, graças ao trabalho realizado pela filha do fundador do presbiteranismo
no Brasil (Asbel G. Simonton) ao incentivar novas missões nestas terras, juntos
aos estudantes do Seminário de Virginia, então um bastão do evangelismo. De lá
saem em 1889, Lucien Lee Kinsolving e James Watson Morris, que viajaram para o
Brasil e, com o apoio dos presbiterianos que estudam em São Paulo e são orientados
para se dirigirem a Porto Alegre.
A fundação da Igreja se dará no primeiro domingo de junho de 1890 com a
realização da primeira celebração em português para os brasileiros. O trabalho
de evangelização entre os brasileiros cresce ainda mais com a chegada de
William Cobel Brown e John Meem, que abrem novas congregações e escolas
dominicais, apesar de toda a perseguição.
Tudo isso, no entanto, não era suficiente, já que era preciso a presença
de um bispo, que confirmasse os convertidos e que ordenasse os primeiros
reverendos locais, o que só ocorrerá em 1893, com a vinda do bispo de West
Virginia, George W. Peterkin. O primeiro bispo residente foi Kinsolving era uma
incansável missionário. Ao se aposentar, por causa da saúde, deixou a Igreja
com os seguintes números: 13535 batizados, 4997 confirmados, 2537 alunos de
escolas dominical e 25 templos ou capelas construídas. A Igreja Episcopal
Brasileira só terá o primeiro bispo brasileiro em 1940, quando é sagrado bispo
sufragâneo Dom Athalicio Theodoro Pithan.
A
autonomia da província se dará em 1964 tem seu nome mudado para Igreja
Episcopal Anglicana do Brasil. Entre 1973 e 1982 entra em curso o plano decenal
de emancipação financeira, que acabou por colocar a Igreja em crise por falta
de recursos, pela dependência do clero de recursos externos e pela falta de
mordomia dos membros.
Rev. Wanderson Rodrigo
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terça-feira, 12 de julho de 2016
A Igreja Anglicana nos Estados Unidos
O primeiro culto anglicano em terras americanas foi realizado em 1579,
perto de onde hoje é a cidade de São Francisco, pelo capelão de Frances Drake,
o segundo homem a fazer a viagem de circunavegação ao redor do mundo. Coube, no
entanto a rainha Elizabeth os primeiros movimentos em direção da evangelização
do novo mundo, ao enviar Walter Raleigh, em 1585, com a finalidade de fundar a
primeira colônia que levou o nome de Virginia.
Foi o capelão desta primeira expedição que batizou o primeiro nativo
americano convertido, chamado Manteo, e a primeira criança branca nascida neste
lado do mundo, que recebeu o nome de Virginia Dare. Em 1606 a Virginia company recebeu uma licença para estabelecer e
explorar as novas terras da América, para lá enviou colonos em 1607.
A prosperidade da colônia, no entanto, só ocorreu depois de 1619, com o
fim da experiência comunal, e com o direito de elegerem um governo
representativo. A vida religiosa nas colônias era em geral deficitária até a
chegada do reverendo James Blair em 1698. A partir daí a Igreja Anglicana se
desenvolve e se torna a Igreja oficial de Nova York em 1693, Maryland em 1702,
1706 na colônia do sul, 1758 na Geórgia, e 1765 na Carolina do Norte. Apesar de
todo este desenvolvimento, ainda não havia um bispo que atendesse as colônias, que estavam sob a jurisdição do bispo
de Londres.
A luta pela independência dos Estados Unidos acabou por criar
algumas complicações para a Igreja Anglicana. Boa parte, contudo, dos líderes da
Revolução eram membros da Igreja, o que fez com que ela finalmente apoiasse a
luta pela independência. Após a guerra, a Igreja procurou se reorganizar e para
isso precisava de um bispo. Samuel Seabury foi eleito e enviado para a
Inglaterra, com estes se recusaram, ele apelou aos bispos escoceses, já que
estes não deviam obediência ao rei inglês. “Foi então regulamente sagrado por
três bispos, daquela Igreja, na capela particular de um deles, a 14 de novembro
de 1784”.
Rev. Wanderson Rodrigo
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segunda-feira, 11 de julho de 2016
Perseguição contra a Igreja Anglicana
Com a morte de Elizabeth, sobe ao trono em 1603, seu sucessor, James VI
da Escócia, que passa a ser chamado James I da Inglaterra. Ele era visto, pelos
puritanos, como aquele que finalmente estabeleceria um sistema de governo
presbiteriano na Igreja Anglicana.
Uma vez coroado rei da Inglaterra deixou claro que para ele o
presbiterianismo “se harmonizava tanto com a monarquia como Deus com o diabo”.
As diferenças entre James I e os puritanos iam além de questões meramente
teológicas. Haviam profundas diferenças políticas e econômicas, mormente sobre
os direitos do rei e do parlamento na arrecadação dos impostos, que geravam
muitas tensões.
Depois de James I, sobe ao poder Carlos I, em 1625. Profundamente
convencido da relação entre a monarquia e o episcopado, também pretendeu
subjugar o parlamento ao rei. As relações entre Carlos I e os puritanos também
foram tensas e se agravaram em 1637, quando ele pretendeu impor um novo Livro
de Oração Comum a Igreja da Escócia, na tentativa de unificar o culto, a fé e a
administração das Igrejas dos países.
Em 1638 os escoceses constituíram uma aliança nacional em defesa do
presbiterianismo e invadiram a Inglaterra. Houve então uma guerra civil que
acabou por ser vencida pelos puritanos, graças ás habilidades de Oliver
Cromwell. Em 1646, o rei foi feito prisioneiro pelo parlamento e executado em
1649, após sua fuga e uma rápida segunda guerra civil em 1648.
Por Rev. Wanderson Rodrigo
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sexta-feira, 8 de julho de 2016
Livro de Oração Comum de 1549
Depois da morte de Henrique VIII, assume o trono Eduardo VI que por ser
ainda muito jovem, recebe como “protetor” o duque de Somerset. Este período
será marcado por uma grande influência protestante principalmente em questões
litúrgicas. Os seis artigos foram abolidos e a comunhão passou a ser recebida
nas duas espécies; o celibato clerical foi revogado; as imagens foram retiradas
e da missa foi eliminado seu caráter sacrifical através da aprovação
pelo
parlamento do Livro de Oração Comum (1549) redigido por Cranmer.
Com a substituição de Somerset por Warwick, a Igreja da Inglaterra
recebeu uma influência calvinista ainda maior. Esta influência se manifestou
principalmente na reforma do Livro de Oração Comum, na substituição dos altares
de pedra por mesas de madeira, abolindo a oração pelos mortos e reduzindo as
vestes litúrgicas, e na publicação de uma confissão de fé conhecida como os
quarenta e dois artigos. O que estava por traz de tudo isso era o desejo de Cranmer de simplificar
a complexa estrutura das cerimônias medievais aproximando a liturgia inglesa o
mais possível das práticas da Igreja primitiva.
Depois da morte de Eduardo VI (1553), sobe ao trono sua irmã Maria Tudor; que era profundamente católica. A Inglaterra consegue a reconciliação com Roma a 30 de novembro
de 1554 e a absolvição do pecado de heresia para toda a nação inglesa. Seu
reinado, no entanto, ficará marcado pela perseguição que ela receberá o epíteto
de “Sanguinária”.
- De fato as mais de trezentas execuções, dentre as quais Cranmer e
Latimer, imprimiram na consciência dos ingleses um profundo antipapista. A
perseguição imposta por Maria fez com que inúmeros lideres reformados fugissem
para o continente, uns para Alemanha de Lutero e outros para Genebra de
Calvino.
Em 1558, sobe ao trono Elizabeth, que em menos de um ano aprova a Igreja
Anglicana, o Ato de Supremacia e o Ato de Uniformidade. Com o primeiro, a
rainha se declara “suprema regente” da Igreja e do Estado, abolindo assim a
jurisdição de qualquer estrangeiro, seja príncipe, prelado ou potentado sobre a
Igreja; e com o segundo, impunha como “único livro oficial” de culto o Livro de
Oração Comum (1559), com algumas modificações: Sancionava as antigas vestes litúrgica e limitava a ostensiva influencia
calvinista nos ritos. Os estudiosos são unânimes em afirmar que com estes dois
atos a Igreja Anglicana define-se conscientemente como uma Via Média, que não
pretendia voltar para Roma nem ceder ás pressões de Genebra. Um exemplo dessa
postura ocorrerá em 1563 quando os Quarenta e dois Artigos são reduzidos para
Trinta e Nove, declarando assim uma fé simultaneamente Católica e Reformada
(justificação imputada por fé, falibilidade dos concílios, etc.).
- O
teólogo católico romano Hans King no seu livro Christianity: essence, history
and future, tenta explicar como esta Igreja consegue combinar os paradigmas
católicos e reformados, dizendo que o anglicanismo conseguiu guardar as
Escrituras e ao mesmo tempo a Tradição; a ordem litúrgica tradicional e ao
mesmo tempo a reforma flexível e finalmente, uma estrutura episcopal oficial de
ministério ao lado de uma tolerância generosa.
Por Rev. Pe. Wanderson Rodrigo
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A separação da Igreja da Inglaterra com o papado
Quando o rei Henrique VIII subiu ao trono em 1509 ficando até 1547, a Inglaterra
já vivia certa conturbação, devido as ideias reformada de Wycliff, sempre
presentes através das pregações dos lolardos.Além do que não poderíamos deixar de mencionar que nesse período as
ideias de Martinho Lutero começava a se espalhar por todo o país,
principalmente nas Universidades, influenciando homens como Thomas Cranmer,
Mathew Parker e Hugh Latimer.
Porém não podemos deixar de afirmar que Henrique VIII nos primeiros
tempos do seu governo mostrou zeloso pela fé romana. Em 1521, contra a obra de
Lutero “O Cativeiro Babilônico”, escreveu uma afirmação dos sete sacramentos,
que lhe valeu do papa Leão X o título de “Defensor da Fé” que os soberanos
ingleses até hoje conservam.
Os problemas existentes entre Henrique VIII e o papa, particularmente no
que diz respeito ás questões matrimonias relativas à sua separação com Catarina
de Aragão, para se casar com Ana Bolena, já são por demais conhecidas. Desejoso
de ter um herdeiro que jamais vinha, entendeu que seu casamento estava sob o
juízo de Deus,“contanto que pudesse encontrar um meio de assim fazer sem ofender o
imperador Carlos V, que era sobrinho da rainha Catarina e a quem temia com medo
mortal”.
Este
problema pessoal, que acabaria servindo de pretexto para a ruptura com Roma,
fez com que o rei se aproximasse da crescente sentimento nacionalista, Henrique
VIII, conseguiu que entre 1532 e 1534, o parlamento aprovasse sete projetos de
lei destinados a cortar os laços de união entre Inglaterra e Roma.
A situação
se tornou irremediável quando, logo depois de sua sagração, a 30 de março de
1533, o Arcebispo Cranmer declara nulo o casamento do rei com Catarina de
Aragão (em maio), tendo ele já casado secretamente com Ana Bolena em Janeiro.
Como resultado, o rei, a esposa e o arcebispo Cranmer foram excomungados a 11
de julho de 1533. Em novembro de 1534. O rei se auto proclama o único “chefe
supremo da Igreja” e com este Ato de Supremacia se separa oficialmente de Roma
e estabelece a Igreja Nacional na Inglaterra.
Por Rev. Wanderson Rodrigo
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John Wycliff (1328-1384
“Nossos clérigos nem evangelizam como os apóstolos, nem vão para a guerra como os senhores seculares, tampouco trabalham como operários.”
"Ainda jovem, Wycliffe tornou-se mestre no Balliol College da Universidade
de Oxford, alcançou rapidamente posição de destaque e adquiriu grande reputação
como erudito e forte defensor de reformas na igreja. Enquanto dava aulas em
Oxford, assim como muitos outros catedráticos, Wycliffe era funcionário do rei
da Inglaterra de quem recebia proteção contanto que suas opiniões concordassem
com as da realeza.
Serviu de mediador entre a igreja e a corte real nas
disputas a respeito dos bens imóveis da igreja, impostos e de outras questões
conflitantes entre a igreja e o estado e escreveu dois grandes livros sobre a
teoria governamental: On divine lordship [Do senhorio
divino] e On civil lordship [Do senhorio civil].
Escreveu, também, On the king’s office [Do papel do rei], On
the truth of the Holy Scriptures [Da veracidade das Sagradas
Escrituras], On the church [Da igreja], On
the power of the pope [Do poder do papa], On the
eucharist [Da eucaristia] e On the pastoral office [Sobre
o cargo pastoral]. Defendia a tradução da Bíblia inteira para a linguagem
do povo para que todos os cristãos pudessem lê-la e estudá-la por conta
própria. Graças a isso, é lembrado no nome da maior sociedade de tradução
bíblica do mundo."
Este professor de Oxford defendia a tese de que o poder temporal e as
riquezas representavam a razão do declínio da Igreja. Ele propunha que o Estado
encampasse todas as propriedades eclesiásticas e os desse apenas aos que servem
a Deus dignamente. Além disso Wycliff denunciava duas práticas comuns da época, a venda
ilícita de cargos ou bens eclesiásticos (a simonia) e a cobrança de
indulgência.
Wycliff atacou violentamente o papado no ano 1378, denunciando o
ocupante da cátedra petrina de ante- cristo. “Dois anos depois, enveredou contra
a doutrina da transubstanciação. Era o clímax de sua ofensiva, pois que atingia
a base mesma sobre que se firmava o poder clerical”. Convencido de que o povo
comum precisava conhecer as Sagradas Escrituras, o único fundamento da fé,
Wycliff resolveu entrega-la ao povo traduzindo-a para o inglês e comissionando
um grupo de pregadores ambulantes (Os Padres Pobres “Poor Priests”) que viriam
ser chamados de lolardos e que se encarregaram de difundir a mensagem,
sobretudo entre as massas camponesas.
Embora
muitos frades franciscanos e dominicanos também se empenhassem em pregar a
salvação de cristo aos humildes, a maioria do clero secular e a hierarquia
eclesiástica via com maus olhos esta tentativa de renovação espiritual e de
reforma da Igreja. - Desnecessário
dizer que este eminente professor de Oxford foi de todas as formas atacado
pelos líderes eclesiásticos e finalmente declarado herege. A importância de
Wycliff, conhecido como “a estrela matutina da reforma”, é ressaltada nas
palavras do reverendo Durval Silva porque “foram as linhas por ele traçadas que
Henrique VIII, com consciência disso ou não, seguiu no século XVI”.
Por Rev. Natanael Borges
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Por Rev. Wanderson Rodrigo
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No Século XII com o Rei Henrique II
No
século XII, por exemplo, o Rei Henrique II limitou o poder do Clero Inglês
quando proibiu-lhe a possibilidade de apelo a Roma, quando limitou a autoridade
da Igreja em imprimir censuras e quando subordinou à permissão do Rei as
viagens dos Bispos ao exterior.
Em 1164, ficou estabelecido, na Dieta de
Cherendon que a eleição dos prelados só se faria com aprovação do Rei, a quem
os eleitos antes da sagração deveriam prestar juramento do Rei (os
eleitos, antes da sagração deveriam prestar juramento de vassalagem e
fidelidade).
O Ato de Provisão (1351) e o Estatuto Praemunire (1353) proíbem
respectivamente a entrada em território britânico de qualquer bula ou sentenças
papais e impedem a apelação a tribunais eclesiásticos estrangeiros, declarando
ilegítimas todas as nomeações feitas pelo Papa.
- É
preciso que se destaque que esta relativa autonomia da Igreja da Inglaterra não
dizia respeito a questões de ordem teológica ou doutrinária. O que estava
acontecendo era o surgimento de ideias nacionalistas, que acabavam por atingir
toda Europa no fim da Idade Média. Ao povo inglês desagrava enviar dinheiro
para um Papa em Avignon, que estava sob influência do inimigo da Inglaterra, o Rei francês.
Este sentimento nacionalista natural aumentou o ressentimento real
e da classe média por causa do dinheiro desviado do tesouro inglês. Citando as
palavras de Cairns, ao descrever a situação já no século XVI: “Fortalecia-se
a tendência por uma consciência nacional que apoiaria o rei em seu esforço de
separar a Igreja inglesa do papado. O controle de muitas propriedades por parte
da Igreja Romana, na Inglaterra, os impostos papais, que levavam muito dinheiro
inglês para Roma e as cortes eclesiásticas, que rivalizavam com as cortes do
reino, irritavam tanto a governantes como a governados”. Alguns problemas ligados à decadência da disciplina eclesiástica, no
entanto, fizeram surgir críticas severas à Igreja, e um dos maiores críticos
estava na pessoa de John Wycliff (1328-1384).
Rev. Pe. Wanderson Rodrigo
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quinta-feira, 7 de julho de 2016
Eduardo “o Confessor”
Eduardo
era conhecido pela sua piedade e por isso tomou o nome de “O Confessor”. Tendo
vivido na Normandia desde a sua infância, possuía uma cosmovisão e lealdade
próprias dos normandos. Aos ingleses não via como compatriotas, mas como
bárbaros. Por causa de sua formação, ele se acercou aos artesãos normandos e fez com que os mesmos preenchessem os Altos Cargos Eclesiásticos com pessoas provenientes daquela
região. O resultado foi o estabelecimento de uma Elite Normanda poderosa que se
acercava do Trono.
Obviamente que os resultados desta “invasão” normanda da Inglaterra
influenciou profundamente a Igreja. De fato “o efeito mais significativo da
conquista normanda foi o de dar nova vida e vigor à Igreja da Inglaterra e
trazê-la, ainda mais, para o alinhamento com a Igreja do continente”. Uma das
áreas que pode ser apontada como sendo profundamente desenvolvida durante este
período foi a da vida religiosa. Até então só haviam Mosteiros Beneditinos na
Inglaterra.
É só com o domínio normando que a Igreja inglesa se abre para receber
outras Ordens em seu território. O alinhamento com o continente possuía também
consequências negativas. É a partir desta data que a Igreja da Inglaterra passa
a se submeter de forma mais profunda à Igreja Romana. Esta subserviência, no
entanto, vai gerar reações em várias áreas, o que ensejará, no futuro, em um
clima propicio para a Reforma Protestante. Como sabemos, sempre houve uma certa insatisfação na Igreja inglesa por
ter que se submeter a uma Igreja estrangeira (Romana). Esta animosidade se
intensifica a partir do décimo segundo século e dá início a tensões que se
tronam inevitáveis.
Por Wanderson Rodrigo.
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Santo Agostinho de Cantuária
Santo Agostinho de Cantuária (Primeiro Arcebispo da Inglaterra): Durante toda a Idade Média, a Igreja Anglicana permaneceu ligada à Sé Romana e "submissa" aos mesmo Cânones. A Inglaterra, como as demais regiões da Europa, fazia parte e dava sustento aos sistema Papal vigente, contudo demostrou gozar de uma certa autonomia política, desenvolvendo-se cada vez mais no sentido de uma Igreja Estatal e Nacional. Por volta do início do Século IX a Grã-Bretanha foi novamente invadida, agora pelos Vikings, destruindo o que havia sido construído pela Igreja. A cidade de Cantuária foi saqueada e queimada e sua grande Catedral foi queimada também. - Monges foram mortos e outros vendidos como escravos, os vasos sagrados foram pilhados. "Era como se Deus tivesse se ausentado do Mundo".
A presença dos Daneses (Vikings) na Inglaterra era ambivalente. De um lado havia aqueles que vieram apenas para saquear e depois voltaram para sua casa, de outro lado, havia aqueles que se estabeleceram na Inglaterra para se tornarem 'ingleses'. Isto gerou uma situação religiosa igualmente ambígua: "O povo leigo assistia regulamente aos oficios religiosos, era crente em relação aos sacramentos e via os seus deveres cristãos como importantes para uma vida sóbria e boa. Apesar disso, o paganismo e a superstição permaneciam e houve necessidade de se fazer Leis Eclesiásticas para proibir práticas, tais como a adoração de fontes, necromancia e encantamentos".
Em 1016, ocorreu uma segunda invasão Normanda, com a diferença que desta vez o "invasor" era um Rei Cristão chamado Cnut que protegeu a Igreja. De fato ele (Cnut) é apresentado como "um cristão por conversão e convicção profunda". Oito anos depois de sua morte, a Monarquia Inglesa é restaurada, sendo coroado Rei, o nobre Eduardo conhecido como "O Confessor" em 1043.
Por Reverendo Wanderson Rodrigo
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quarta-feira, 6 de julho de 2016
Concilio de Nicéia (325)
Não sabemos se Bispos Ingleses participaram do Concilio de Nicéia (325), contudo Atanásio nos informa que a Igreja Inglesa se submeteu a todas as decisões daquele Conclave. Enquanto a Igreja crescia de forma extraordinária na Irlanda e Escócia durante a primeira parte do quinto século, a Britânia era invadida e assolada pelos povos Anglos, Saxões e Jutas, que se aproveitaram da retirada dos exércitos romanos. Esta invasão não apenas destruiu vilas e cidades, mas também assolou a antiga organização da Igreja, fazendo com que o Cristianismo fosse praticamente extinto da Britânia por cerca de 150 anos e substituído pelo paganismo teutônico dos conquistadores.
A destruição foi tamanha que o Bispo Stephen Neill chegou a afirmar que "por espaço de mais de um século, Bretanha deixou de fazer parte do Mundo Civilizado". Foi nesse período que a Igreja Celta mais se desenvolveu, protegida pelas montanhas do país de Gales, espalhando o Evangelho e fundando centros missionários e abadias, como a da ilha de Iona, na Escócia. Sabedor das dificuldades por que passava o Cristianismo Britânico, o Papa Gregório Magno enviou o Abade Beneditino Agostinho, na companhia de 40 monges, para cristianizar as bretões. Ali chegando em 597, desembarcou em Kent, e logo iniciou seu trabalho pregando o Evangelho com o apoio do Rei Etelberto, um dos primeiros convertidos. Seu trabalho foi tão bem sucedido que, segundo o Reverendo Oswaldo Kickhofel, "no outono de 597, Agostinho foi sagrado Bispo da Inglaterra e no Natal deste mesmo ano teria convertido e batizado mais de 10 mil pagãos nas redondezas de Cantuária".
Mesmo reconhecido que a fé Cristã foi praticamente "salva" da destruição na Britânia graças ao trabalho dos enviados de Roma, houve por parte dos cristãos autóctones, uma certa resistência à romanização da Igreja na Inglaterra. Os problemas não eram de natureza teológica, mas prática e giravam em torno, por exemplo, da forma correta de calcular a data da Páscoa (Este impasse só foi resolvido no Sínodo de Whitby (663) quando ficou decidido que a Igreja Inglesa se submeteria ao Calendário Litúrgico Romano.
Por Revd. Wanderson Rodrigo
sexta-feira, 17 de junho de 2016
Cristianismo Celta e a sua capacidade de dialogar com a cultura local.
Na Inglaterra a fé Cristã foi logo assimilada pela população e muito cedo deu origem a uma comunidade forte e atuante. O Cristianismo atingiu as Comunidades da Grã-Bretanha na fase final do domínio Romano e alastrou-se muito além das fronteiras imperiais, atingindo a Irlanda e a Escócia nos séculos V e VI.
O Cristianismo Celta demostrou uma grande inclinação para o Desenvolvimento do Espírito e para a vida comunitária. Isto pode ser demonstrado através do surgimento de Mosteiros em muitos lugares da Inglaterra; Escócia e Irlanda. Estas comunidades monásticas ficaram famosas pela disciplina caracteristicamente rigorosa e pela importância dada à piedade pessoal. A existência desdes Mosteiros por um lado gerava e por outro lado evidenciava uma segunda mardo do Cristianismo Celta, a saber, o compromisso missionário. Dentre tantos homens e mulheres que entregaram a sua vida para a Evangelização destas regiões podemos com certeza destacar a figura de Patrício e Columba.
A maior marca do Cristianismo Celta, talvez esteja na sua capacidade de dialogar com a cultura do lugar. Longe de estar afastado da realidade social e política do povo, o Cristianismo Celta ensejou um Cristianismo verdadeiramente autóctone, que se expressou tanto na liturgia, quanto na a Arte Sacra.
Revd. Pe. Wanderson R. P. da Silva Silva
quarta-feira, 15 de junho de 2016
História da Igreja Anglicana no Período Celta
Não se sabe ao certo quando a fé Cristã chegou à Inglaterra. Contudo há fortes indícios de que o Cristianismo atingiu a "Grande Ilha" antes mesmo do fim do Primeiro Século. Sabe-se que no ano 77, durante dura perseguição aos escravos nas Gálias, um grupo de cristãos fugiu da região de onde hoje é a França em direção às praias Britânicas; sabe-se também que entre inúmeros soldados romanos designados para guardar os muros da fronteira Norte na Bretanha, estavam muitos cristãos e finalmente temos conhecimento de que rotas comerciais não espalhavam apenas víveres e utensílios pelos mais distantes lugares do Mundo conhecido de então, mas da mesma forma, difundiam as novas ideias e as informações do Império.
Seria razoável, portanto, imaginar que a Boa Notícia do Cristianismo tivesse chegado à Inglaterra através de comerciantes cristãos. Não se sabe enfim, qual das possibilidades acima foi a responsável, nem mesmo se houve uma concorrência entre elas. Os únicos dados que dispomos são provenientes das declarações feitas por Tertuliano, segundo as quais, por volta do ano 2000 já havia uma considerável Comunidade Cristã na Bretanha; e os resultados de pesquisas arquelógicas que, segundo o Bispo Stephen Neil, embora sendo muito escassos, revelam a existência de uma Capela na Região de Kent, uma Igreja posterior em Silchester e a presença aqui e ali do símbolo Kirô (P X, que é a abreviação do nome de Cristo em Grego), sugerindo uma difusão bastante ampla do Evangelho na Bretanha Romana.
Devemos registrar que dentre todas as informações que estas possibilidades nos concedem uma é de fato surpreendente: A origem da Igreja da Inglaterra não está associada ao "trabalho oficial de missionários" designados para está missão específica, mas está ligado basicamente ao "trabalho da mão de obra leiga" que espalhou a fé Cristã por onde passava.
Rev. Pe. Wanderson R. P. da Silva Silva
segunda-feira, 13 de junho de 2016
Contato com a IATB - Diocese da Bahia
Muitas pessoas, solteiras ou casadas,
sentem-se chamadas para o Ministério Ordenado e/ou para a Vida Religiosa (Vida
Consagrada), mas muitas vezes faltam-lhes o caminho ou os meios para realizar
sua vocação.
Nós da Diocese
da Bahia, que pertencemos a Igreja Anglicana Tradicional do Brasil,
compreendemos que o chamado de Deus (a vocação religiosa, ordenação ministerial
e Apostolado Leigo) é a resposta do ser humano ao desejo de Deus de que todos sigam
a Jesus Cristo (cf. João 1, 35 – 51), na Construção do Reino de Deus.
Todas as
pessoas que sintam o chamado de Deus para servir ao Seu povo, em comunhão com a
Diocese da Bahia, são convidadas a entrar em contato conosco através do e-mail:
diocesebahia@gmail.com
Atenciosamente,
Revmo. Dom
Alfredo Dorea
Ordenação Diaconal do Rev. Diácono Natanael Borges
O diácono na Sagrada Escritura: O termo “diácono” aparece no Novo Testamento com quatro significados. O primeiro é aquele da linguagem comum: “aquele que serve alguém” (Mc 9,35; Jo 2,5). O segundo é a apresentação de Cristo como servo do Pai (Mc 10,45; Lc 22,27). O terceiro está ligado a todos os cristãos, visto que eles são servos de Cristo e de seu Pai (Jo 12,26; ICor 3,5). O quarto sentido está ligado a um determinado cargo e função na Igreja Primitiva (Fl 1,1; ITm 3,8). Este último significado é aquele que corresponde a origem da ordem do diaconato.
De fato, é no Livro dos Atos dos Apóstolos que São Lucas nos narra os motivos da instituição do ministério dos diáconos. Na passagem de At 6,1-7, nos conta que os doze apóstolos escolheram sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria para se dedicarem a administração e ao serviço da caridade enquanto eles se dedicariam a oração e a pregação da Palavra. Apesar de não figurar a palavra “diácono” neste relato, aparece o nome dos sete primeiros (Estêvão, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau) e, mais tarde, o texto os apresenta pregando a Palavra e batizando (At 6,8-14; 8,5-13). Deve se notar, ainda, a imposição das mãos, acompanhada da oração, realizada pelos Apóstolos sobre os sete escolhidos para o serviço (At 6,6).
A Ordem confere ao diácono um sinal que não pode ser apagado, pois o configura ao Cristo servidor de todos.Por conseguinte, o diácono se torna um “imitador” da vida do Senhor, prolongando no mundo o serviço iniciado por Ele.Seguindo a prática das primeiras comunidades cristãs, testemunhada na Sagrada Escritura e conservada na Tradição, a Igreja continua escolhendo homens que possam exercer um ministério de serviço. Para isto, o rito essencial da ordenação diaconal é a imposição das mãos e a oração realizada pelo Bispo. Esta oração pede a Deus Pai que consagre o ordenando como diácono e que envie sobre ele os dons do Espírito Santo para que ele possa exercer com fidelidade oministério de serviço. Nela se apresenta o que se espera de um diácono: amor sincero, solicitude para com os pobres e os enfermos, autoridade discreta, simplicidade de coração e uma vida segundo o Espírito Santo.
Rev.Natanael Borges
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